A incorporação imobiliária é um contrato que regula a construção e venda de unidades autônomas, como apartamentos ou salas comerciais. É um contrato complexo, registrado em cartório, envolvendo várias partes.
Características principais:
Contrato típico e nominado: Está regulamentado por lei.
Sinalagmático: Implica obrigações mútuas entre as partes.
Cumulativo e de trato sucessivo: As obrigações se prolongam no tempo, como pagamentos parcelados e construção da obra.
Modalidades de Incorporação:
Por conta da incorporadora:
A incorporadora constrói e vende as unidades.
O preço e o prazo são definidos no contrato.
Por empreitada:
O preço pode ser fixo ou reajustável.
O incorporador contrata terceiros (empreiteiros) para realizar a obra e é responsável por sua entrega.
Por administração:
Também chamada de “a preço de custo”.
Os compradores arcam com os custos da obra, e o incorporador apenas coordena o processo.
Patrimônio de Afetação:
Uma proteção legal que separa o patrimônio do empreendimento do patrimônio pessoal do incorporador.
Benefícios:
Reduz risco para os compradores.
Impede que bens do empreendimento sejam usados para pagar dívidas pessoais do incorporador.
Espécies de Condomínio
Os condomínios são formas de dividir a propriedade entre várias pessoas, cada uma com direitos e deveres.
Principais Tipos:
Condomínio Voluntário:
Formado por acordo entre os proprietários.
Exemplo: duas pessoas compram uma casa juntas e dividem os direitos.
Condomínio Necessário:
Surge por imposição legal.
Exemplo: um muro que divide dois terrenos ou uma estrada que passa entre propriedades.
Condomínio Especial ou Edilício:
Mais comum em prédios.
Áreas exclusivas (apartamentos) e áreas comuns (elevadores, garagem).
Condomínio por Frações Ideais:
Usado para regularizar construções em áreas irregulares (REURB).
As unidades têm registros separados, mas todos compartilham partes do terreno.
Condomínio de Lotes:
Terreno dividido em lotes privativos e áreas comuns (ruas internas, jardins).
Regras semelhantes ao condomínio edilício.
Regularização de Empreendimentos
Regularizar um empreendimento é essencial para garantir que ele seja legal e tenha todos os direitos reconhecidos.
Passos principais:
Registro no Cartório:
Formaliza a divisão do terreno em unidades.
Habite-se:
Certificação emitida pela prefeitura atestando que a obra está pronta e pode ser habitada.
Convenção Condominial:
Documento que define regras internas, como uso das áreas comuns, direitos e deveres dos moradores.
Sem a regularização, o condomínio pode enfrentar problemas para cobrar taxas ou para vender unidades.
Condomínio de Fato
O condomínio de fato é aquele que existe na prática, mas não tem formalização legal.
Características:
Surge informalmente, geralmente em construções não planejadas como prédios antigos ou conjuntos habitacionais.
Não há convenção registrada, mas os moradores podem organizar regras básicas.
Possibilidade de Regularização:
Levantar informações sobre o condomínio.
Apresentar documentos no cartório para registro.
Criar convenção condominial.
Direitos e Deveres dos Condôminos
Direitos:
Uso exclusivo da unidade autônoma:
Você pode usar seu apartamento ou sala como quiser, desde que respeite as regras gerais.
Participação em assembleias:
Ter direito a voto nas decisões coletivas.
Exigir manutenção das áreas comuns:
Garantir que tudo esteja funcionando (elevadores, jardins, etc.).
Acesso à informação:
Ter clareza sobre as contas e decisões do condomínio.
Deveres:
Pagar as taxas condominiais:
Esse é um dever obrigatório, mesmo se você não concordar com o síndico.
Respeitar as normas internas:
Horários de silêncio, uso correto das áreas comuns.
Cuidar da sua unidade:
Evitar problemas estruturais que possam afetar outros condôminos.
Temas Polêmicos
Taxas Condominiais:
Em condomínios irregulares, há debates sobre quem deve pagar e como cobrar.
Renúncia à Parte Ideal:
Um condômino pode tentar renunciar à sua parte no condomínio para evitar pagar taxas, mas isso deve ser aprovado pelos outros moradores.
Liberdade de Associação:
Alguns moradores não querem seguir regras ou pagar taxas em condomínios de fato, o que gera conflitos.
Este texto é matéria de estudos da minha Pós Graduação de Gestão em Negócios Imobiliários.
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